sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Algumas considerações sobre o "Velho Vargas"


Fundado aos 19 dias de mês de Janeiro de 1993, desde então decorreram 18 anos. Sempre participando ativamente da Semana Farroupilha no município de Ijuí, e tendo como ponto forte as invernadas artísticas mirim e Juvenil, O Velho Vargas, apesar de passar por um momento muito difícil em sua trajetória, não desiste de lutar pelos seus ideais. Hoje estamos sem teto, pois nosso galpão crioulo, onde tantas vezes nos reunimos para matear, ouvir e dançar a nossa boa musica gaúcha, saborear as iguarias da culinária campeira, está em reconstrução. Tudo por causa de um dito vendaval, que danificou toda a estrutura física. Isso impede que continuemos normalmente com nossas atividades e nos traz prejuízos, uma vez que impossibilita-nos de promover eventos, comprometendo a subsistência financeira da entidade.
Nossas crianças -que nos entrelaçam a esta entidade - já tão tem mais onde dançar, brincar e curtir a alegria de sua doce infância. Pois o CTG é, para muitos deles, a única forma de inserção social que lhes resta, além da escola. Pois a moderna sociedade, com tanta mídia e formas avançadas de comunicação, celular, internet, nos faz sentir tão isolados, tão distantes um do outro, e por incrível que pareça, as relações humanas se tornaram superficiais. No CTG somos uma grande família, e ao reviver o passado, trabalhamos irmanados em ideais comuns. Enquanto as crianças aprendem as danças, usos e costumes tradicionais. fazem amizades, aprendem a respeitar o outro e viver em sociedae. Aprendem a tomar chimarrão, pois a o mundo afora lhe induz a outras opções, há outros tipos de ervas por aí, cujo fim da história nem precisa falar...
Se vires o brilho nos olhos de uma criança, que veste sua pilcha, adquirida com o labor de seus pais, ao cuidar a chama ali na praça, certamente que vais se admirar. Se puderes sentir a importância que tem para aquela criança que ali está, que se orgulha em desfilar no 20 de setembro, certamente que vais repensar a tua vida.
A semana farroupilha se aproxima, e vamos reviver a epopéia dos gaúchos que fizeram desta terra um marco de lutas.  Vamos relembrar as tradições que fizeram de nós um povo hospitaleiro, leal, trabalhador, honesto e sobretudo, amigo dos amigos. Já dizia o cantor “amizade, é dom divino da paz...”mas que paz podemos dizer que temos, se nosso espírito se inquieta e se perturba, pois não temos nosso CTG para acender a chama crioula da tradição de bem viver, entre amigos e irmãos, mais que tudo, “gaúchos de corpo alma e coração”. Em se tratando de entidade tradicionalista, esta condição por si só atesta o seu grande valor social e cultural na sociedade sul rio-grandense, como consta no Estatuto Social da mesma, em seu capítulo 1, Artigo 4. E por sua vez atua em consonância com a “Carta de Princípios” do MTG. Embasando-se na concepção de que “um filho só é educado se a educação parte de casa, tendo bons parâmetros e boa base, e assim é com a tradição, onde só haverá bons tradicionalistas se a base for boa, porque defendemos um legado que nem sempre todos vivem tal como qual, por isso dependemos da historia para nos referenciar e se não a conhecemos precisamos que alguém nos oriente. Fundamenta-se aí a missão dos CTG’s, o que nós aqui fazemos ao trabalhar voluntariamente, por ideais, com um contingente de no mínimo trinta crianças e adolescentes, que compõem as nossas invernadas mirim e juvenil, ponto de partida e referencia para os demais campos de atuação de nossa entidade.
Defendemos o tradicionalismo como forma de manter viva essa historia construída por nossos ancestrais, cientes de que não são regras que fazem um bom gaúcho e sim seu caráter e outros valores como respeito, humanidade, dignidade e acima de tudo amor e apego as coisas do pago, valores estes que procuramos inculcar na consciência dos que convivem conosco e, principalmente, daqueles cidadãos em formação, as crianças e jovens, vulneráveis ás mazelas desta sociedade corrompida pelas drogas e a violência. Assim sendo, apregoamos o valor inconteste de nossa instituição para com o município, o estado e para com a nação brasileira.

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